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Criador de perfil que indica alterações na Wikipédia é estudante de 18 anos

14/08/2014 - 10:01h

Pedro estuda Análise e Desenvolvimento de Sistemas no IFRN, em Natal (Foto: Arquivo pessoal/Pedro Menezes)
Pedro estuda Análise e Desenvolvimento de
Sistemas no IFRN (Foto: Arquivo pessoal)

Mostrar automaticamente todas as alterações de artigos criados na enciclopédia colaborativa Wikipédia feitas a partir das redes de internet ligadas a órgãos e instituições públicas. Este é o objetivo do perfil do Twitter @brwikiedits, desenvolvido pelo estudante potiguar Pedro Felipe Melo Menezes, de 18 anos. Segundo ele, a ferramenta monitora as mudanças de verbetes na enciclopédia virtual e relaciona com uma lista na qual constam mais de 40 órgãos e instituições públicas.

O perfil @brwikiedits ganhou repercussão após a identificação de alterações realizadas nos perfis dos jornalistas Carlos Alberto Sardenberg e Míriam Leitão. As mudanças foram feitas a partir da rede de internet do Palácio do Planalto. A Casa Civil da Presidência da República designou uma comissão de sindicância para apurar os casos. Além das alterações nos perfis dos jornalistas, outros casos foram registrados pela ferramenta, como a mudança feita da rede do Supremo Tribunal Federal (STF) no perfil do candidato a Presidência da República Eduardo Campos, que morreu em um acidente de avião nesta quarta-feira (13).

Aluno do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Pedro Menezes explica que a intenção do @brwikiedits é dar mais transparência às ações do governo na Wikipédia. "A ideia veio depois das denúncias de que o perfil da presidente Dilma Rousseff estava sendo alterado da rede do Palácio do Planalto. Resolvi ampliar a lista de órgãos públicos", revela.

O estudante detalha como montou a ferramenta e o perfil. "Todas as alterações feitas no Wikipédia são públicas e, quando feitas por pessoas sem cadastro, fica registrado o IP (protocolo de internet que serve como identificação para uma rede). O que o robô faz é monitorar essa lista pública e comparar com a minha lista de monitoramento", conta.

Para identificar as redes de mais de 40 órgãos públicos, Pedro Menezes conta que usou seu conhecimento em programação. "São informações que podem ser encontradas na rede", afirma. O cruzamento das informações se torna público por meio do perfil @brwikiedits. "Tudo vai para o perfil. Apenas monitoro a repercussão das postagens", diz.

Menezes cita casos curiosos como as mudanças feitas a partir da rede da Petrobras em artigos de desenhos animados e séries de TV. Da rede da Petrobras também foram realizadas alterações no texto sobre a refinaria de Pasadena.

@brwikiedits pode ser acompanhado nas redes sociais (Foto: Reprodução/Twitter)
@brwikiedits pode ser acompanhado nas redes sociais (Foto: Reprodução/Twitter)

De acordo com o estudante, a lista de monitoramento já tem os seguintes órgãos e instituições: Palácio do Planalto, Senado Federal, Supremo Tribunal Federal, Câmara dos Deputados, Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Banco Central do Brasil, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Polícia Federal, Petrobras, Ministério da Saúde, Ministério Público Federal, Ministério Público Militar, Ministério Público do Trabalho, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), Imprensa Nacional, Ministério da Justiça, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ministério da Cultura, Ministério de Relações Exteriores, Ministério da Defesa, Ministério da Educação, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Ministério do Turismo, Ministério da Pesca e Aquicultura, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério do Meio Ambiente, Ministério das Comunicações, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério das Cidades, Ministério de Minas e Energia, Ministério da Integração Nacional, Ministério dos Transportes, Ministério da Cultura, Ministério do Esporte, Conselho Nacional de Justiça, Conselho da Justiça Federal, Departamento de Polícia Rodoviária Federal, Tribunal de Contas da União, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (Inep), Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco do Nordeste.



Fonte: G1


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