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Em meio à greve de professores, SP diz que pagará maior bônus da história

30/03/2015 - 11:01h

Professores em greve fazem passeata na Avenida Paulista, em São Paulo. Eles reivindicam reajuste salarial e fazem assembléia para definir os rumos da categoria (Foto: Nelson Antoine/Frame/Estadão Conteúdo)
Professores em greve fazem passeata na Avenida Paulista, em São Paulo. Eles reivindicam reajuste salarial e fazem assembléia para definir os rumos da categoria (Foto: Nelson Antoine/Frame/Estadão Conteúdo)

Em meio à greve de professores da rede estadual, que entra na terceira semana nesta segunda-feira (30), o governo de São Paulo vai pagar R$ 1 bilhão em bônus por mérito para os 232 mil funcionários da Secretaria da Educação do Estado. A quantia é a maior da história, segundo o pasta. No ano passado, foram repassados R$ 700 milhões.

O cálculo para pagamento leva em conta o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp). Metade dos professores, diretores, coordenadores e demais funcionários vai receber valores acima de R$ 3.501, mas em duas etapas. O restante receberá até R$ 3,5 mil, em parcela única na próxima semana.

Os professores decidiram em assembleia na sexta-feira (27) manter a greve da categoria, que começou em 16 de março. Eles pedem reajuste salarial e melhoria na qualidade de ensino. A decisão pela continuidade da paralisação foi classificada pela secretaria como "ofensiva aos pais e alunos" (veja íntegra da nota abaixo).

Representantes do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) estão reunidos desde o fim da manhã desta segunda-feira com o secretário estadual de educação, Herman Voorwald.

A Apeoesp quer reajuste de 75,33% nos salários. Já o governo diz que deu aumentos acumulados de 45% nos últimos quatro anos. A Secretaria da Educação do Estado informou ainda que vai conceder 10,5% de reajuste para professores bem posicionados em uma prova.

Bônus
No total, 49% dos professores, diretores, coordenadores e demais funcionários vão receber bônus com valores acima de R$ 3.501, pagos em duas etapas: nesta terça-feira (31) e no dia 15 de setembro. O restante receberá até R$ 3,5 mil, o valor será liquidado em parcela única na próxima semana.

O cálculo para definir o valor é feito com base no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp). Para definir o valor, é avaliado se a meta do Idesp foi atingida. Neste caso, o bônus é de 2,4 salários. Se superada a meta, o limite de bônus é de 2,9 salários. Caso a meta não seja atingida, é calculado o avanço da escola proporcional (se avançou, por exemplo, 50% da meta, o bônus é de 1,2 salário).

A conta analisa também o número de faltas (excluindo ausências por licença-maternidade, licença-paternidade, adoção e férias) e o tempo de atuação na rede estadual dos funcionários do quadro de magistério, do quadro de apoio escolar e do quadro de serviço (incluindo diretores, professores, educadores e equipes escolares).

As informações sobre o bônus estão disponíveis em extrato bancário e a partir desta terça-feira (31) também estarão disponíveis no GDAE, sistema online para a organização da rede estadual de ensino.

Abrangência da greve na educação
A Secretaria de Estado da Educação diz que a adesão ao movimento é de 8%. O sindicato defende que 59% da categoria aderiu à greve. Em meio à divergência entre governo e sindicato sobre o alcance da greve, e se há ou não greve, jornalistas do G1 visitaram na manhã de quinta-feira (26) 19 escolas da capital. O resultado: 2 estavam sem aula, 12 eram parcialmente afetadas e 5 tinham aulas normais.

A presidente da Apeosp, Maria Izabel Azevedo Noronha, afirma que os 45% acumulados nos últimos quatro anos não representa recomposição das perdas salariais. "Uma parte foi incorporação de gratificações. E outra parte foi 20% de dinheiro novo na categoria. Não sei que conta o governador está fazendo", afirma a presidente da Apeosp.

Posicionamento da secretaria
Veja íntegra da nota divulgada pela Secretaria da Edução do Estado de São Paulo:

"A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo avalia que a decisão do sindicato é extemporânea e ofensiva aos pais e alunos paulistas, uma vez que a categoria recebeu o último aumento salarial há sete meses, em agosto de 2014, o que consolidou um reajuste de 45%. É injustificável, portanto, uma paralisação sem qualquer tentativa prévia de negociação com a Pasta. O diálogo sempre foi a base da gestão e consolidou uma política salarial com ganhos reais, além de estabelecer um plano de carreira que permite uma evolução funcional histórica. Foi em conjunto com a rede que estas ações foram tomadas, incluindo a participação maciça das entidades em mais de 40 reuniões realizadas na última gestão.
Neste contexto, a Secretaria discorda da conduta da Apeoesp que, com o objetivo de inflar o movimento, tem encorajado os pais a não levarem seus filhos para a escola, privando-os assim do direito incontestável de aprender. A Secretaria reitera que as escolas permanecem em funcionamento e com atividades garantidas. A  média de comparecimento dos professores nas escolas estaduais ficou em 92% ao longo da semana. O registro mostra uma oscilação em relação à média diária de ausências, mas que têm sido supridas pelo grupo de 35 mil professores substitutos. Estes profissionais, abastecidos com os planos de aula e com materiais didáticos, são acionados de maneira rotineira para levar o conteúdo à sala de aula."

Professores em greve fazem passeata na Avenida Paulista, em São Paulo. Eles reivindicam reajuste salarial e fazem assembléia para definir os rumos da categoria (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)
Professores em greve fazem passeata na Avenida Paulista, em São Paulo. Eles reivindicam reajuste salarial e fazem assembléia para definir os rumos da categoria (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)



Fonte: G1


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