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Mudanças no Marketing e Publicidade atraem e fidelizam clientes

16/03/2015 - 14:56h

Falar de Marketing, no Brasil, nos dias atuais, não é tarefa para amadores devido a enxurrada de estratégias que inundam o mercado, dentre estas as que têm claro o objetivo de enganar o consumidor. Em tempos de pouco dinheiro e, por consequência, consumidores mais analistas, críticos e exigentes, as empresas nem sempre utilizam de meios justos e corretos para atingir seus objetivos financeiros, sempre em primeiro plano, e quem paga “a conta” é sempre o consumidor, desavisado ou não.

 

Profissionais de Marketing se debruçam sobre as teorias de consumo com o único objetivo de entender o comportamento do consumidor atual e suas relações com suas classes sociais. Nada melhor do que levar aos consumidores, consumistas ou não, um pouco da atual teoria de Marketing e suas vertentes, exploradas profundamente pelas empresas, e que tem como principal objetivo fazer com que você consumidor, leve seu suado dinheirinho para elas.

 

Na década de 80, se uma dona de casa fosse a padaria e comprasse 300g de presunto e ao chegar em casa ela percebesse que esse presunto estava estragado, ela jogava o presunto fora e nunca mais voltava à padaria, hoje além de voltar, reclamar, expor o fato nas redes sociais e exigir o dinheiro de volta ainda move uma ação civil contra a empresa. A Consumer Culture Theory (CCT) baseada no interpretativismo e nas pesquisas qualitativas e quantitativas, trouxe uma visão alternativa a visão positivista dominante e exemplificada acima. Mais fortemente nas últimas três décadas, formalizou-se dentro da área de Marketing o estudo das práticas dos indivíduos envolvidos no processo de definição, seleção, aquisição, uso e serviços.

 

Aspectos subjetivos da natureza humana, sua realidade sócio-cultural e suas interações sociais, buscam o profundo entendimento dos fenômenos de consumo e após este entendimento, tem-se a formulação das estratégias de Marketing e Propaganda. Empresas têm adotado estratégias para promover inovações de produtos e serviços, estas estratégias têm sofrido alterações nos últimos anos e se devem principalmente a melhoria da qualidade do consumidor que ano após ano vem aprendendo a valorizar seu dinheiro e exerce corretamente seu poder e direitos na compra de produtos e serviços. Infelizmente, esta evolução é pequena se comparada a evolução das estratégias adotadas pelas empresas, principalmente as empresas que comercializam produtos e serviços de forma massiva. Devemos nos atentar para as estratégias de Marketing esportivo, Neuromarketing, Marketing de densidade, Propaganda de alimentos, serviços e tecnologia e principalmente propaganda na internet.

 

Milhares de consumidores tiveram seu poder de compra elevado nos últimos anos, e por consequência, de olho nestes consumidores, as empresas inovaram em estratégias para atrair e fidelizar. Uma estratégia simples adotada desde a idade média é a do adensamento, o consumidor brasileiro gosta de aglomeração, bagunça, desordem e as empresas perceberam que ao se reunirem em locais específicos conseguiriam atrais mais consumidores, como exemplo temos a Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena e o Mercado Central em Belo Horizonte, as ruas 25 de Março e Santa Efigênia em São Paulo e tantas outras feiras e mercados espalhados pelo país.

 

Relacionando o Marketing Esportivo a este adensamento, a importância da indústria esportiva é tal, que somente a Olimpíada do Rio de Janeiro, segundo o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), tem perspectiva de arrecadar mais e 50 bilhões de dólares, e é importante ressaltar que grande parte desses valores é devido ao consumo dos produtos e serviços relacionados ao evento. Outra vertente muito explorada hoje e relacionada com as estratégias acima é a propaganda na internet ou o Marketing nas Novas Mídias, devido principalmente ao incremento tecnológico ocorrido nas últimas décadas que permitiu que a troca de informações entre pessoas e seus grupos sofresse grande mudança. Da forma que a quantidade e a qualidade das informações trocadas aumentam, levou o Marketing a adaptar suas ferramentas para acompanhar esse processo evolutivo.

 

Vivemos em uma época de comunicação unificada e o aparelho de telefone celular é um dos grandes responsáveis por essa alteração na forma de comunicação. Toda a população brasileira, inclusive e principalmente a de baixa renda foi atingida por esta estratégia de Marketing adaptada, que ao ser empregada atingiu todo o contingente de aparelhos de telefonia móvel existente no Brasil.

 

As ações de Mobile Marketing identificaram um grande potencial no mercado de baixa renda visto que a densidade de equipamentos é maior onde há grande concentração populacional. Assertivas ou não, éticas ou não, estas ações são responsáveis pela movimentação de cifras inimagináveis atualmente. Todas estas estratégias são pautadas pelo Neuromarketing que analisa os pensamentos, emoções, aprendizados e sentimentos que ocorrem na mente inconsciente dos consumidores e são responsáveis por impulsionar as suas tomadas de decisões e comportamentos de compra.

 

Resta ao consumidor uma análise minuciosa e desprendida de valores sociais para não ser envolvido em estratégias pouco éticas que no fim somente causam frustração e prejuízo financeiro. Se desprender destes valores faz com que, mesmo que a estratégia de Marketing seja eficiente, não se troque o “bom pelo belo”, o “útil pelo inútil” e se valorize mais o “ser ao invés de ter”. Controlar a emoção no ato de consumir, faz com que a aquisição de produtos e serviços seja prazerosa e profícua anulando as estratégias de ética duvidosas, enaltecendo e valorizando as verdadeiras e honestas. Encerro este artigo com uma citação de Jacob Gorender que sintetiza um pouco o efeito deste Marketing na vida das pessoas. “A sociedade capitalista se apresenta como sociedade do espetáculo. Importa mais do que tudo a imagem, a aparência, a exibição. A ostentação do consumo vale mais que o próprio consumo. A aparência se impõe à existência. Parecer é mais importante do que ser”. Bom consumo!

 

 

* Anderson Amaral Duarte, Professor da Faculdade Anhanguera de Belo Horizonte – Antônio Carlos.


Fonte: Anhanguera


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