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Na redação, aluno precisa optar por novo ou antigo acordo ortográfico

14/10/2014 - 08:01h

Com o passar dos anos, a língua portuguesa vem se modificando. Por isso, em 1990, o Brasil e outros seis países - Cabo Verde, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Portugal - assinaram um novo acordo ortográfico com o objetivo de unificar a língua portuguesa e a grafia nos países lusófonos. A partir de 2016, o uso da nova ortografia será obrigatório. A professora de redação Fernanda Bérgamo dá algumas dicas para não errar na acentuação e no uso do hífen, na reportagem exibida nesta terça (14) pelo Projeto Educação.

Desde 2008, o usuário da língua portuguesa tem o chamado período de transição para se adaptar às novas regras. Mas, de acordo com a professora, durante o período, não se pode registrar o velho e o novo acordo no mesmo texto. "Se você, por exemplo, já tirar da sua redação o uso do trema, isso significa que não pode mais acentuar 'ideia', porque será penalizado por falha gráfica. Então ou você assume, no seu texto, totalmente o novo acordo ortográfico ou você aproveita o período de transição para dominar as regras e passar a usá-lo apenas com segurança", diz.

Com o novo acordo, algumas letras passaram a fazer parte do nosso alfabeto: K, W e Y. "Essas letras eram chamadas de 'pseudoletras'. Hoje, o alfabeto português, em vez de 23 letras, tem 26, com a inclusão delas", detalha Fernanda.

Alguns acentos deixaram de ser usados, como o trema, e algumas palavras passaram por uma mudança na acentuação. "É por essa razão que nós não acentuamos mais 'estreia' ou 'plateia'. Agora observem: a palavra 'herói' continua a ser acentuada, porque ela é uma oxítona. Só caiu o acento na paroxítona que recebe o ditongo aberto", explica.

A palavra "voo" perdeu o acento também devido à nova regra. Os acentos diferenciais das palavras também caiu, como acontece em "para", "pela", "polo" e "pera".

Hífen
A ideia de que os opostos se atraem e os iguais se afastam, conhecida na matemática e na física, agora também pode ser aplicada na língua portuguesa em relação ao uso do hífen, de acordo com a nova ortografia. Palavras como "micro-ônibus", "micro-ondas", "anti-inflamatório", "super-romântico" e "super-resistente" agora são grafadas separadas. "Se o prefixo terminar com uma vogal e a palavra seguinte começar pela mesma vogal ou se o prefixo terminar com uma consoante e a palavra seguinte começar pela mesma consoante, obrigatoriamente você utilizará o hífen", explica a professora.

A única exceção a essa regra é o prefixo "co". "Segundo essa regra, 'coordenação' e 'cooperação', por exemplo, teriam que ser separadas por hífen, mas nós vamos continuar grafando essas palavras como sempre fizemos", diz.

Mais uma regra do uso do hífen: se o prefixo terminar em uma letra e a primeira letra da palavra seguinte for diferente, junta-se as palavras. É o que acontece, por exemplo, com as palavras "infraestrutura", "antiético", "superamigo", "ultrarresistente" e "antissocial". "Observem, por exemplo, que, se o prefixo terminar por uma vogal e a palavra seguinte começar por 'r' ou por 's', você junta, sim, mas precisa dobrar o 'r' ou o 's'", ressalta a Docente.

O hífen também deve ser usado quando a palavra seguinte começar com a letra "h", independentemente do prefixo. Por exemplo: "super-homem", "anti-higiênico", "mal-humorado" e "anti-horário". A única exceção a essa regra é a palavra "subumano", que é grafada junta e sem o "h".

Em alguns casos, o uso do hífen é obrigatório. "Há nove prefixos - ex, vice, sem, além, aquém, recém, pós, pré e pró - que, em todas as situações, diante de qualquer palavra, você usará hífen. Portanto ´ex-marido´, ´sem-terra´, ´pós- graduação´, ´pré-Vestibular´, ´recém-casado´, ´além-mar´ com hífen, não tenha dúvida", afirma.



Fonte: G1


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