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Disney tem quatro opções de intercâmbio de trabalho nos EUA

20/06/2013 - 06:01h

Os estudantes que querem fazer um Intercâmbio de trabalho na Disney, na Flórida (EUA), têm hoje quatro opções de programa para escolher a um valor médio de R$ 2.500. Para os que já participaram, a principal dica é aproveitar a experiência para crescer profissionalmente e ser flexível para se adaptar às longas jornadas de trabalho e às diferenças culturais.

Segundo a STB, operadora autorizada no Brasil a cuidar dos programas de intercâmbio de trabalho na Disney, o mais popular é o International College Program, ou ICP, pré-requisito para os demais intercâmbios do mesmo tipo e com destino à terra do Mickey.

Após o ICP, o intercambista pode retornar para participar dos programas Guest Relation Program, onde trabalha como representante cultural de seu país na Disney; Super Greeter, no qual o profissional treina equipes e guia grupos de turistas brasileiros, e do Hospitality Certificate Program, onde o profissional graduado em turismo, hotelaria ou administração trabalha nos parques e estuda durante um semestre no Rosen College of Hospitality Management.

O estudante de turismo Álvaro Reis, 21, já fez dois intercâmbios de trabalho para os Estados Unidos começando pelo ICP, na temporada de novembro de 2009 a fevereiro de 2010. Ele conta que escolheu o programa por enxergar uma oportunidade de crescimento profissional, o que foi comprovada com um Emprego logo após a volta. Mas a viagem não trouxe apenas ganhos profissionais.

"Amadureci muito. Como sou filho único, sempre fui muito mimado. Essa experiência funciona como uma ponta de independência. E para quem tem entre 18 e 20 anos, é uma ótima oportunidade de crescimento pessoal, porque você aprende a se virar sozinho em todos os sentidos", diz Reis, que na sequência, emendou um intercâmbio de trabalho na Califórnia, também nos EUA, entre 2011-2012.

A estudante Mariana Martinez, 21, fez o ICP na temporada 2010-2011. "No começo fui por uma vontade pessoal, mas conforme fui conhecendo o programa, percebi que poderia ser uma ótima oportunidade profissional. A fluência no inglês é um dos benefícios. É uma oportunidade para praticar mais, aprender as gírias e o idioma no dia-a-dia", diz.

Mas a experiência não é positiva para todos. É o caso da estudante K.F., 22, que prefere não se identificar. Ela fez o ICP entre dezembro de 2011 e março de 2012. A ideia era realizar o sonho de conhecer a Disney, o que não foi possível fazer como turista. Seu maior problema foi o relacionamento com outros participantes e a distância de casa.

"Foi difícil, na verdade mais por motivos pessoais do que profissionais. Eu esperava que a galera que fosse para lá tivesse outros objetivos, nunca tivesse ido ou pelo menos gostasse da Disney, e vi muita coisa diferente disso. A Disney em si é profissional", diz ela.

Longe de casa

A adaptação à outra cultura foi outro ponto que pesou. "Também sofri porque fiquei longe da minha família e dos meus amigos aqui, e dentro de três meses você demora um pouco pra fazer amigos e se acostumar com uma cultura que, por mais difundida que seja em nosso país, é bem diferente da nossa. A comida é toda congelada, você sente falta até do seu sofá, de um pãozinho francês, de feijão", diz.

Para Álvaro, a comida e a longa jornada de trabalho, que é de 30 horas por semana, foram os pontos mais difíceis da adaptação. "Sofri muito com a alimentação. É muito diferente do Brasil, muita junk-food, e a jornada de trabalho é bem longa. Ficamos muito tempo em pé, o tempo para comer é curto e quando você se acostuma com essa rotina, já é hora de voltar", conta o estudante.

Segundo a gerente de intercâmbio de trabalho da STB, Rosana Lippi, para fazer o ICP, o estudante precisa ser flexível para enfrentar a jornada de trabalho semanal e se adaptar a outra realidade longe de casa, pontos que devem ser bem pensados antes de fechar a viagem.

"O estudante tem que ter em mente que ele vai participar de um programa de trabalho e não fazer turismo. Além disso, é preciso ter um perfil extrovertido e flexível, pois ele terá horários variados de trabalho e vai morar com pessoas diferentes, que falam outras línguas e têm outra cultura", diz Rosana.

Organizando a viagem

Para todos os programas é obrigatório ter mais de 18 anos e falar inglês fluentemente. Apenas o ICP recebe estudantes. Para os outros três intercâmbios de trabalho na Disney, o candidato já deve ser graduado e pode optar por apenas trabalhar ou trabalhar e estudar. Os períodos dos programas variam de três meses a até um ano.

Segundo Rosana, o melhor momento para começar a pensar em qual intercâmbio fazer é o início do ano, já que as seleções para os programas da Disney acontecem entre fevereiro e maio do ano em que viagem será realizada. Neste período a empresa realiza uma série de reuniões e palestras que tiram dúvidas sobre todos os detalhes da viagem.

Em termos de custo, os programas de intercâmbio de trabalho na Disney saem em média R$ 2.500, referente ao custo das passagens de ida e volta e a taxa do visto. A moradia é descontada do salário recebido da Disney e custa entre US$ 86 e US$ 108 por semana, dependendo do programa escolhido. As acomodações são oferecidas pela Disney, e os estudantes são obrigados a dividir os quartos com outros colegas. O estudante arca ainda com gastos com alimentação.

Melhorias na qualificação profissional

Fazer um programa de intercâmbio de trabalho, além de uma boa experiência pessoal, pode significar um diferencial no currículo profissional, independente da sua área de atuação.

"De modo geral, o intercâmbio funciona como primeiro emprego para aqueles jovens que ainda não têm experiência profissional. Muitos não enxergam essa relação. Tem gente que quando você pergunta o que trouxe na bagagem, acredite, diz que trouxe uma Minnie ou alguma outra coisa. É preciso dar um significado a essa experiência", comenta Bruna Dias, gerente de orientação de carreira da Cia de Talentos.

"Não importa a sua área de atuação, a experiência conta muito, pois você está trabalhando em uma das maiores empresas de entretenimento do mundo", avalia Mariana, que hoje também trabalha na STB.

Para K.F., o intercâmbio também fez diferença. "Três meses depois que voltei fui contratada por uma empresa americana justamente porque [o intercâmbio] parece uma comprovação do seu inglês fluente. Além disso, a experiência de trabalho em uma cultura que não é a sua te ajuda na percepção das qualidades e falhas do próprio sistema empregatício do seu país, e para as empresas também parece que você sabe lidar com os mais diferentes públicos e culturas - até porque foi isso que busquei na Disney", diz a estudante que hoje trabalha em uma instituição financeira.

Bruna ainda aconselha que, no retorno do intercâmbio, o estudante precisa saber mostrar o que aprendeu com a experiência. "Recebo muitos candidatos que quando contam dos intercâmbios, não sabem dizer o que isso agregou a eles profissionalmente. Na viagem, a pessoa deve se divertir, mas deve aproveitar ao máximo a experiência para, por exemplo, agregar fluência ao idioma, aprender a se organizar para diferentes atividades e a conviver com diferenças culturais".



Fonte: Uol



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