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Estudante recebe mais de 20 propostas de estágio durante intercâmbio

01/02/2016 - 09:01h

Ciência sem Fronteiras

O ex-bolsista do Ciência sem Fronteiras Matheus Tomato surpreendeu-se ao receber mais de 20 respostas positivas às solicitações de estágio feitas a renomados laboratórios americanos, quando de sua estadia na Purdue University – Hammond, nos Estados Unidos. Estudante de Engenharia Mecatrônica, Matheus permaneceu 16 meses no exterior e lembra como foi sua abordagem a essas instituições. “Em minha carta de apresentação aos laboratórios, contei que tive uma vida bastante simples, que estudei em escolas públicas, mas que sempre fui muito esforçado. Falei que comecei a trabalhar ainda na adolescência para ajudar a minha família e que, desde então, não havia parado. Peguei todas essas histórias de superação de minha vida e mandei com o meu currículo para os laboratórios de engenharia das melhores Faculdades dos Estados Unidos”, explicou o ex-bolsista.

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Durante o estágio, Matheus realizou pesquisas sobre a recarga de equipamentos elétricos sem o auxílio de tomadas (Foto: Arquivo Pessoal)

O e-mail de Matheus foi respondido por oito laboratórios do MIT, outros dois em Harvard, dois em Stanford e mais de dez em diferentes campi da University of Califórnia. O bolsista acabou optando pelo laboratório de pesquisas submarinas do MIT, no qual desenvolveu estudos na área do wireless Power Transfer, tecnologia que possibilita a recarga de computadores, eletrodomésticos, celulares e até carros elétricos sem a utilização de tomadas. “Depois de meses de estudo, com uma rotina de trabalho de 16h diárias alcançamos os primeiros resultados. Conseguimos criar um dispositivo capaz de transferir energia elétrica, tanto pelo ar, como pela água, com alta eficiência e largas distâncias”, relembrou.

O ex-bolsista conta que o aprendizado da língua inglesa foi um dos maiores desafios em sua trajetória. “Eu tinha apenas três meses para aprender a falar inglês e passar no temível TOEFL. Eu realmente não sabia nada. Topei o desafio, pedi demissão de meu trabalho e passei três meses estudando de manhã, de tarde e de noite, até passar no TOEFL. Essa foi a parte mais difícil!”, afirmou.

Ebook
Mesmo após o fim de seu estágio, Matheus continua fazendo trabalhos para o MIT e chegou a ser convidado para cursar o mestrado na instituição. No entanto, segundo ele, atualmente seu objetivo é outro. “Quero investir no projeto ‘Inspirando Jovens de Sucesso’, no qual compartilho com jovens brasileiros os aprendizados que me fizeram chegar ao MIT, bem como minha experiência no exterior”, disse.

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O ex-bolsista continua fazendo trabalhos para o MIT (Foto: Arquivo Pessoal)

O ex-bolsista explica que o material tem como público-alvo jovens brasileiros que ainda não descobriram o seu potencial e que buscam sua própria felicidade. “Acabei de lançar um novo ebook, no qual explico como uma pessoa comum, como eu, pode realizar seu sonho de vida, seja ser um empresário, um astronauta ou um cientista do MIT. Nesse material eu mostro as ferramentas reais e práticas para que qualquer pessoa possa ser bem-sucedida”, completou.

Quanto aos planos para o futuro, o estudante conta suas áreas de interesse. “As duas principais áreas que quero trabalhar, incentivar e ajudar a desenvolver no Brasil são o empreendedorismo e a tecnologia. O povo brasileiro é empreendedor por natureza e tem uma criatividade fascinante para a inovação tecnológica, porém, existe uma barreira cultural que não permite que eles continuem se desenvolvendo, seja por falta de incentivo ou por condições financeiras não favoráveis”, finalizou.

CsF
Lançado em dezembro de 2011, o Ciência sem Fronteiras busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) por meio de suas respectivas instituições de fomento – Capes e CNPq. Ao todo, 101.446 bolsas foram concedidas em quatro anos, conforme meta inicial do programa.

(Gisele Novais)


Fonte: Capes



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