21/02/2014 - 08:56h
Assim como Luíza Rabello, muitos estudantes brasileiros escolhem o Canadá como destino de Intercâmbio. Menos burocracia no processo para tirar o visto e preços menores se comparados aos Estados Unidos são alguns dos motivos que explicam a grande procura.
A estudante paraibana de 17 anos disse aoG1 que passou seis meses "maravilhosos" na cidade de Barrie, que tem cerca de 150 mil habitantes e fica a aproximadamente uma hora de viagem de Toronto, na província de Ontario. Prestes a embarcar em um voo de volta a João Pessoa, ela contou, na noite de sexta-feira (20), como decidir se mudar para o país, e deu dicas para quem está pensando em passar uma temporada por lá.
Luíza era a única integrante da família Rabello no gélido país norte-americano no dia em que seus pais e irmãos gravaram o comercial que a tornou conhecida nacionalmente. Mas não foi a primeira a conhecer oCanadá. "Meu irmão fez esse programa também, e para ele foi maravilhoso, então eu só repeti", contou a estudante e agora garota-propaganda.
Embora nunca tenha experimentado a sensação de compartilhar uma residência com outros estudantes estrangeiros, a jovem recomendou a opção "homestay", em que o intercambista fica hospedado em uma casa de família durante sua estada. "Morando em uma casa de família, você vive realmente a experiência da cultura", comentou ela. "Quando fica com estudantes, geralmente é sempre intercambistas, então você não vive muito a cultura do lugar. Mas não posso falar porque não fiquei [em residência estudantil]."
A estudante afirmou ter se adaptado muito bem à família que a recebeu. "Eu tinha um 'hostfather', uma 'hostmother' e uma 'hostsister' de 15 anos. Nós éramos bem amigas", disse.
Gastronomia
Segundo ela, a comida canadense tem "bastante fast-food", e os restaurantes chineses, muito populares em todas as regiões do país, "são maravilhosos". Dentro de casa, porém, as refeições não eram muito diferentes. "Minha 'hostmother' era colombiana, então era muita comida da Colômbia, como feijão e chilli."
Luíza não foi ao Canadá apenas para estudar inglês. Seu programa incluiu a frequência em um colégio, onde disse ter feito matérias obrigatórias do currículo brasileiro para poder concluir o segundo ano do ensino médio.
"Minhas aulas começavam às 8h e iam até 14h25. A escola era sensacional. Eu tinha quatro matérias, tive aulas de história, inglês, matemática e biologia." A jovem afirmou que, além de estudar como aluna regular, a experiência escolar também é uma das melhores formas de se adaptar ao idioma estrangeiro. "Dá para aprender bem o inglês."
E por falar em aprender bem, outra dica da intercambista mais conhecida do Brasil é que os estudantes optem por passar temporadas mais longas no país de intercâmbio. "Seis meses é curtinho, mas é o tempo determinado para aprender inglês. Acho um mês muito pouco."
Curta duração
Mas quem não tem tempo disponível para uma viagem tão longa também pode conseguir aproveitar os programas de curta duração. Em maio do ano passado, a publicitária Gláucia Junqueira, de 34 anos, moradora de Campinas, no interior de São Paulo, passou um mês em Vancouver, na província de British Columbia (Columbia Britânica), para estudar inglês.
As belezas da cidade e os preços, menores do que nos Estados Unidos, a fizeram optar pelo país. “Fiz umas pesquisas pela internet, vi algumas fotos de Vancouver e me encantei pela cidade. Pelas imagens, Vancouver mostrou-se ser um lugar com uma beleza natural incrível, com praias, montanhas, muitos parques. Descobri também que a cidade oferecia uma excelente infraestrutura, graças principalmente às obras de melhorias realizadas para as olimpíadas de inverno que a cidade sediou em 2010”, afirma.
Para Gláucia, a experiência de viajar sozinha para um país que nunca tinha visitado foi incrível. “Sair do país sozinha por si só já é uma aventura desafiadora para quem o faz pela primeira vez. Depois vem as outras novidades: chegar a um lugar novo, morar com pessoas que acaba de conhecer, ir para a escola e encontrar gente que vem de vários cantos do mundo com outras culturas, idiomas, outros costumes.”
A publicitária conta que, para ela, no início foi tanta informação que a cabeça ficou perdida. “Mas a adaptação chega logo para quem está aberto a essa experiência. No fim, a ideia que se tem é que o difícil de tudo isso é voltar e deixar lá todos os amigos com quem você conviveu durante o período de estudos.”
Mais fácil de aprender inglês
Já a paulista Camila Ciampolini, de 23 anos, embarca em fevereiro para o Canadá para um intercâmbio de dois meses. Ela vai fazer curso de idiomas em Vancouver e está animada com a perspectiva da imersão no inglês. Recém-formada em engenharia de alimentos pela Universidade de São Paulo (USP) no campus de Pirassununga (SP), Camila considera o inglês fundamental para a evolução em sua carreira. “Para entrar em vários processos seletivos das melhores empresas é preciso ter o inglês fluente”, diz a jovem, que faz Estágio em uma grande empresa do ramo de bebidas.
Camila juntou as economias da poupança e investiu cerca de R$ 5 mil em um programa oferecido pela agência de intercâmbio Studynet, de Campinas. Vai ficar em casa de família no primeiro mês e poderá optar por continuar no local ou mudar de hospedagem no segundo. Terá ainda 31 horas de aula por semana.
“Escolhi o Canadá porque lá é mais fácil aprender inglês em menos tempo”, justifica. “Os canadenses falam mais pausadamente, com mais clareza, não unem muito as palavras, diferentemente dos norte-americanos. Recebi esta orientação de vários Professores de inglês.”
Os colegas de trabalho já começaram com as piadas motivadas pelo sucesso da internet. “Dizem que a Camila está indo e a Luíza voltando.”
'Caso Luíza' pode aumentar a procura pelo país
As empresas que vendem pacotes de intercâmbio para o Canadá torcem para que o fenômeno na internet envolvendo a jovem Luíza Rabello possa aumentar ainda mais a procura dos brasileiros pelos cursos de férias e intercâmbios no país. “Este 'caso Luíza' acaba colocando o destino em destaque nas redes sociais, que hoje em dia são a melhor forma de atingir diretamente todas as classes socioeconômicas e faixa etária”, afirmou Debora Lorenzo, gerente de produto da Central de Intercâmbio (CI).
O G1 ouviu Debora e Maurício Pivetta, gerente de treinamento da Experimento, para listar as vantagens de estudar no Canadá, que podem convencer o estudante a viajar ao país independente do ‘fenômeno Luíza’.
Visto
Para intercâmbios de até seis meses, é possível entrar no país com visto de turismo com permissão de estudo. Este costuma ser mais barato e sair mais rápido do que os outros. Para quem vai permanecer mais tempo no país, no caso dos estudantes de high school (quando cursam parte do ensino médio), é necessário tirar o visto de estudante. Neste caso, é preciso ter uma carta de aceitação da escola canadense, documento de custódia (significa que alguém assume a guarda do adolescente durante o programa, geralmente o diretor da escola ou a família hospedeira), além de um exame médico feito pelo próprio consulado.
Também é possível solicitar o visto de entrada única ou múltipla entrada, que pode ser válido por até cinco anos, sem limite de entradas e saídas do país. Independente do tipo do visto, o ideal é que ele seja tirado via despachante, pois a documentação chega mais organizada ao consulado.
Preço
O governo canadense subsidia o estudo de estrangeiros para aumentar a procura, por isso os cursos chegam a ficar até 30% mais baratos do que os dos Estados Unidos, por exemplo.
Idiomas
No Canadá é possível estudar inglês e francês. Em regiões como Quebec, o idioma é o francês.
Cultura
Assim como o Brasil, o Canadá é um país multicultural, por isso os moradores estão acostumados com os estrangeiros e costumam ser simpáticos e receptivos. “Temos famílias que depois que hospedam brasileiros pela primeira vez não querem mais receber alunos de outros lugares. Eles se identificam com a nossa cultura, até pela questão de futebol e pegam gosto pelo abraço”, diz Debora.
Localização e turismo
O Canadá possui uma das melhores e mais famosas estações de esqui do mundo. No verão, a estação vira pista de mountain bike.
Algumas cidades canadenses, como Toronto, por exemplo, ficam próximas dos Estados Unidos. Os estudantes que optam por fazer intercâmbio no Canadá podem fazer passeios de fim de semana em cidades americanas.
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