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Aluno da psicologia pesquisa sobre os jovens de baixa renda de Taubaté

Estudo foi realizado com 73 adolescentes em quatro bairros diferentes da cidade

06/01/2015 - 09:02h

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Guilherme Donegatti de Carvalho é recém-formado no curso de Psicologia da Universidade de Taubaté (UNITAU) e como trabalho de conclusão de curso realizou a pesquisa “Juventude brasileira: Um estudo sobre fatores de risco e proteção de adolescentes de baixa renda da cidade de Taubaté”,

O trabalho foi orientado pela Profa. Dra. Adriana Leônidas de Oliveira e teve como objetivo realizar um levantamento sobre os dados biopsicossociais em uma amostra de adolescentes de baixa renda da cidade e investigar os comportamentos de risco, fatores de risco e protetores presentes na vida desses adolescentes e suas famílias.

 Os resultados revelam o predomínio de integrantes do sexo feminino (55,6%), de média de 17 anos, estudantes do segundo ano do ensino médio (47,2%) do período noturno (63,9%). Apesar de estudarem em escolas públicas de bairros apenas cerca de 14% da amostra recebem algum tipo de bolsa/auxilio, sendo de predominância (11,1%) a Bolsa Família. A grande maioria (56,9%) da população estudada utiliza-se da Rede Pública de Saúde SUS como assistência médica.

Como fator de risco, a pesquisa indica que os participantes, em sua maior parte (65,3%) estão em constante contato com amigos próximos usuários de drogas, mesmo que a maioria lícita (26,4%). Possuem familiares usuários de drogas (54,2%), também de caráter lícita (19,4%). Corroborando com a estatística das drogas lícitas, cerca de 65,3% dos participantes já consumiram ao menos uma vez bebidas alcoólicas, com média de 14 anos, seguido por cigarro comum (18,1%) com média de 15 anos e maconha (15,3%) com idade média de 15 anos.

Os participantes do estudo foram adolescentes, de ambos os sexos, da faixa etária entre 14 e 20 anos, estudantes de escolas públicas da cidade de Taubaté. Atingiu-se uma amostra por acessibilidade de 73 adolescentes de quatro diferentes escolas.

A pesquisa foi realizada em quatro bairros da cidade de Taubaté (Santa Tereza, Belém, Parque Aeroporto e Jardim América) considerados mais carentes e que foram selecionados por cumprirem dois critérios simultâneos: possuírem maior número de adolescentes compreendendo a faixa etária de 14 a 24 anos de idade e possuírem a média de renda mais baixa registrada, de acordo com um levantamento realizado pelo Núcleo de Pesquisa Econômicas e Sociais (NUPES) da UNITAU.

Para a coleta de dados, Guilherme utilizou o Questionário da Juventude Brasileira – Versão II, que contempla o total de 77 questões agrupadas em 10 aspectos diferentes: Dados bio-sócio-demográficos, Família, Saúde e Qualidade de vida, Sexualidade, Acesso digital, Educação, Trabalho, Comportamentos de risco, Exposição a risco e Fatores de proteção.

Guilherme explica que a pesquisa torna-se relevante por considerarmos Taubaté uma cidade cuja representatividade de jovens é alta e que, embora possua Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de boa classificação, ainda é uma cidade que apresenta situações de risco características das grandes cidades, como roubos, assaltos e mortes acidentais.  

“Além disso, por ser uma cidade tipicamente universitária, a população flutuante de jovens na faixa de 18 a 24 anos, durante o período letivo, engrossa as estatísticas dos fatores e comportamentos de risco associados a essa faixa etária”, destaca. 

Para o graduando a pesquisa justifica-se pelo aprofundamento nas condições de vida dos jovens da cidade, no que se refere aos desafios enfrentados e aos recursos utilizados, bem como pelos desdobramentos que poderá resultar em relação às políticas sociais destinadas a essa faixa etária.

Com esse trabalho Guilherme realizou recortes que lhe proporcionou vários artigos e a oportunidade de participar de diversos congressos de Psicologia. “Desde o início da minha formação acadêmica venho investindo em participações em congressos, simpósios, reuniões e outros diversos encontros acadêmicos que me proporcionam uma série de aprendizados para a vida profissional e, sobretudo pessoal”, ressalta.

Ariane Caldas

 


Fonte: Unitau
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