05/09/2014 - 13:02h
Celso Tracco*
Os pontos fundamentais da Doutrina Social da Igreja são: a valorização da dignidade da pessoa, o combate à desigualdade social, a promoção da solidariedade e a verdadeira e total libertação de todos os segmentos da sociedade. Ainda hoje grande parte da população do nosso país vive em condições precárias, em termos de trabalho, de moradia e de saneamento básico. Não há uma perspectiva clara de futuro para esta nem para as próximas gerações. A Doutrina Social da Igreja assinala que a pobreza de nosso continente é estrutural, estimulada e desenvolvida pelo sistema político-econômico que nos rege. Este sistema econômico, em sua lógica perversa, tira dos mais fracos e indefesos para entregar aos mais abastados. A prática desse modo de vida, em tudo anticristã, condena milhões de pessoas a viverem em condição sub-humana.
O sistema capitalista neo-liberal, a economia consumista, individualista leva parcelas da população a serem excluídas do sistema. Aqueles que não produzem renda suficiente, idosos, crianças, analfabetos, pobres, portadores de necessidades especiais, são considerados um peso para o sistema, uma carga adicional. O sistema econômico atual gera pobreza e desigualdade, raiz dos demais males sociais. Este sistema político-econômico em que vivemos, exacerba a desigualdade e campanhas sociais apenas atenuam, quando atenuam, o problema, pois não combatem as causas estruturais da pobreza, mas as mascaram.
O ponto central da Doutrina Social da Igreja Católica é discutir as causas da pobreza e promover o bem estar para toda a sociedade, evitando a exclusão de quem quer que seja. A produção e o trabalho de uma sociedade não deveriam privilegiar o lucro, em geral nas mãos de poucos, mas promover o bem comum para todos.