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Ex-vice presidente peruano

Abre fundo no país

31/08/2011 - 09:46h

Por Vinícius Pinheiro | De São Paulo Vice-presidente do Peru na gestão de Alejandro Toledo (2001-2006), o empresário Raúl Diez Canseco observou de perto as transformações dos países da região nas últimas duas décadas. De volta ao setor privado, ele se uniu ao colega argentino Carlos Magariños na Global Business Development Network, empresa de investimentos que acaba de chegar ao Brasil. Em parceria com Célio Antunes, dono do grupo educacional Impacta, os executivos querem assessorar empresas nacionais de médio porte em processo de internacionalização. Em paralelo, a GBDN pretende levantar um fundo de private equity – que compra participações em empresas – de US$ 100 milhões com foco em energias renováveis na América Latina. De olho na nova ordem econômica que já começa se formar diante da crise que abate os países desenvolvidos, a GBDN vê oportunidades tanto na integração regional como no fluxo de investimentos entre os países da região e asiáticos. “Existe um potencial enorme para a realização de projetos em comum”, diz Canseco. Apesar da aproximação entre Brasil e China nos últimos anos, o executivo avalia que, entre as empresas de médio porte, o intercâmbio ainda é praticamente nulo. O objetivo da companhia é buscar não apenas fontes de financiamento para os projetos como fornecer conhecimento e facilitar os contatos com empresários de diferentes países. Com sede em Washington, a GBDN possui unidades em Lima, Buenos Aires, Viena (Áustria) e Mumbai (Índia). Para o executivo, a ampla experiência no setor público é um dos diferenciais da companhia. “Não queremos ser vistos como simples consultores, e sim como facilitadores”, ressalta o ex-vice presidente peruano. Canseco acabou renunciando ao cargo em meio a denúncias de favorecimento ao atual sogro, mas foi inocentado de todas as acusações. A GBDN conta ainda com um braço de pesquisa – a Prospectiva 2020 – para potencializar negócios. Para Magariños, que foi secretário argentino de indústria no primeiro mandato de Carlos Menem e diretor-geral da ONU para o desenvolvimento industrial, as oportunidades se movem não apenas no sentido geográfico como também entre os setores econômicos. “Com o desenvolvimento da web 2.0, partimos de uma economia tradicional, formada por consumidores, fornecedores e produtores, para o conceito de ‘prosumidores’”, diz. Não por acaso, a GBDN elegeu o setor de tecnologia e telecomunicações como um dos focos de atuação. A companhia pretende agora aproveitar a estrutura do grupo Impacta para tornar o Brasil o principal centro de estudos da Prospectiva na área. O escritório brasileiro da GBDN também deve buscar ainda oportunidades na área de agronegócios, diante do grande interesse chinês no país. Outra aposta dos executivos é o setor de biotecnologia e farmacêutico, que deve ser alvo de um segundo fundo de private equity, de acordo com Magariños. Entre as iniciativas apoiadas pela empresa está o Ecosalt – sal desenvolvido por uma empresa argentina que não contém sódio. O produto, que possui patente internacional, já é distribuído nos países hispânicos com o sugestivo nome de “Sal Udable”, enquanto que no Brasil foi batizado como “Diet Sodium”. Texto publicado originalmente no Valor Econômico

Fonte: Impacta
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