Ser Universitario
 

E essa solidão que você sente?

11/04/2017 - 07:07h

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Assim como você, eu me sinto sozinho. Muitas vezes. E eu não gosto.

Não estou falando dos momentos em que a gente quer encarar uma reflexão positiva e encontra prazer na conexão “você consigo mesmo”. Estas são ocasiões em que ESTAMOS sozinhos. São momentos de foco e pensamento individual. E eu os adoro.

Eu estou falando dos momentos em que NOS SENTIMOS sozinhos. Quando não nos enxergamos “parte” do todo. Tipo um Playmobil no mundo dos Legos...

Quantas vezes você já ficou olhando para a tela do seu computador em profunda anestesia mental? Ou fazendo um trabalho no piloto automático?

Quanto tempo você gasta zapeando entre diversos aplicativos no seu celular sem nenhum objetivo real? Apenas para passar o tempo. Ou, simplesmente, para não estar de verdade com as pessoas que estão com você naquele momento. Ou, talvez, meramente para não ficar sozinho com você mesmo. Quantas vezes, no meio de uma multidão, você se sente abandonado, completamente só?

No fundo, há apenas um problema e você está resistindo a enfrenta-lo:

Você está perdendo tempo.

São muitas as variáveis que despertam esse sentimento: Você não queria estar lá. Você não sabe como tirar proveito daquele momento. Você não reconhece a necessidade daquele evento. Você se sente obrigado a estar lá. Você está carente de atenção. Você está com sentimentos ruins sobre aquelas pessoas. Você só está realmente exausto. Você se sente explorado. Você se reconhece pressionado. Você não pode ser você mesmo...

Você precisa de algo mais. Mas o que é esse mais?

Por natureza, os seres humanos gostam de viver na companhia de outros humanos. Preferem sociedade à solidão.

 (E, tá bom, eu já sei que uma parcela dos leitores agora disse “eu não!”, “tô de saco cheio das pessoas. Prefiro gatos/cachorros/pokemons”. Calma, não desista do texto. Vem comigo!)

Peço um reforço para meu amigo Ari, que disse o seguinte:

“O homem é por natureza um animal social....
Um indivíduo que seja naturalmente “não social” e não de modo acidental, ou está abaixo da nossa consideração ou é mais que um ser humano.
A sociedade é algo que precede o indivíduo. Alguém que não possa viver a vida comum, ou seja tão autossuficiente que não necessite disso, e portanto não participe da sociedade, ou é uma besta ou um Deus.”
- Aristóteles

Me arrisco a dizer que o “algo mais” é CONEXÃO.

E conexão depende da qualidade das RELAÇÕES.

A tecnologia que, de forma maravilhosa, nos permite estar próximos de pessoas e conteúdos distantes e antes inacessíveis, também nos desafia a lidar com a insegurança humana e a comparação. A interação social. O posicionamento em relação aos outros. A obrigação de ser feliz. A agressão de não poder escolher o que vai te impactar. A verdade jogada na sua cara. A dor fantasiada de alegria. A vulnerabilidade maquiada de oferta de valor. A incerteza reforçada por marketing positivo. O vômito de likes que te fazem sentir querido.

O resultado é claro:

  • Somos uma sociedade mais interligada e menos presente.
  • Estamos em mais lugares, mas com menor intensidade.
  • Somos mais amplos e menos profundos.

Nessa solidão de todos nós, há alguns padrões:

- Falar, mas não se expor

- Ouvir, mas ser incapaz de compreender

- Querer, mas não ter força para perseverar

- Ter, mas não usufruir

- Amar e não ser amado

- Ser amado e não amar

- Querer, mas não poder

- Poder, mas não querer

- Fazer, mas não sentir

- Sentir, mas não fazer

- Pensar, mas não dizer

- Estar e não se conectar

- Pedir e não receber

- Receber e não aceitar

- Realizar e não reconhecer

Grande parte (talvez a maioria) das suas relações acontece dentro de um organismo social chamado “empresa”. Aquele seu emprego, onde você comparece de corpo sem alma, para sofrer por um pagamento menor do que merece, enquanto trabalha menos do que pode, lembra?

Essa é a primeira relação que tem que mudar: Você com o Trabalho. Você com sua capacidade produtiva. Você com a ebulição de ideias, criatividade e espontaneidade de colocar o seu melhor para o mundo ver. De colocar o seu melhor, para você lembrar do seu melhor!!! (se esconder muito, até você esquece!)

Não é pelo salário. Não é pela promoção. Não é pelo reconhecimento externo.

É pela conexão rica que você cria com você mesmo. É pelo impacto que o Trabalho traz para você, como autor da sua obra!!

Quem tem essa conexão não está sozinho, pois está criando, absorvendo e processando o que está ao redor.

Quem tem essa conexão não precisa fugir. Precisa estar presente. Bem presente.

Eu tenho me esforçado. Me colocando mais presente no mundo. Mais exposto. Mais frágil e ao mesmo tempo mais forte. Encontrando novas formas de aprender e contribuir.

Eu acho que funciona e te convido a fazer o mesmo. (E depois me conta como você está se sentindo.)

Se ainda se sentir só, saiba que há uma legião de "sozinhos" buscando formas de fortalecer a tal conexão. Mostre-se disponível e esteja presente. Talvez você seja a relação que falta para outro sozinho se conectar. E vice-versa. A gente nunca sabe.


Se gostou do texto, compartilhe para chegarmos a outros "sozinhos" que serão nossas relações e conexões! =^)


Fonte: Alexandre Pellaes


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