Estava lendo ontem um texto que recebi pelo facebook do Leonardo Boff, sobre o “Dia Universal da Água” no final de meu sábado e comecei a lê-lo e pensar.
Logo de início ele traz dados alarmantes. Dados que já conhecia há alguns anos por ter participado de ações ambientais junto com a WWF Brasil e o Greenpeace e sempre me chamou atenção a escassez de água potável perante toda água disponível.
“Produzir” água para beber é caro e não é fácil como achamos, por isso é importante refletirmos o seu uso e pensarmos em como não a desperdiçarmos,
“Existe cerca de um bilhão e 360 milhões de km cúbicos de água na Terra. Se tomarmos toda essa água que está nos oceanos, lagos, rios, aquíferos e calotas polares e distribuíssemos equitativamente sobre a superfície terrestre, toda a Terra ficaria mergulhada na água a três km de profundidade. 97% é água salgada e 3% é água doce. Mas somente 0,7% desta é diretamente acessível ao uso humano.” (BOFF, L. Dia internacional da Água: Água fonte de vida ou de lucro? Disponível em <http://leonardoboff.wordpress.com/2014/03/22/dia-universal-da-agua-agua-fonte-de-vida-ou-de-lucro/>. Acesso em: 22/03/2014)
Logo após recebi o link do querido cantor e compositor que admiro tanto, Guilherme Arantes, em seu facebook oficial, com o hino do seu instituto, sim, pois um dos seus filhos é um estudioso e ele e sua família fundaram e tomam conta do Instituto Planeta Água, a partir da lindíssima e jamais desgastada canção:
Planeta Água
Guilherme Arantes
Água que nasce na fonte
Serena do mundo
E que abre um
Profundo grotão
Água que faz inocente
Riacho e deságua
Na corrente do ribeirão...
Águas escuras dos rios
Que levam
A fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população...
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas
Ronco de trovão
E depois dormem tranquilas
No leito dos lagos
No leito dos lagos...
Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d'água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão...
Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris
Sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas
Na inundação...
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra...
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água...
Água que nasce na fonte
Serena do mundo
E que abre um
Profundo grotão
Água que faz inocente
Riacho e deságua
Na corrente do ribeirão...
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população...
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra...
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água...
(Fonte: Letras.mus.br. Disponível em: <http://letras.mus.br/guilherme-arantes/46315/>.)
Olhando pelo lado da ciência que domino, a Química, a água é considerada o solvente universal. Ela rege a maioria dos sistemas de reações químicas, ela solubiliza a maior parte dos solutos, sujeiras e excessos, ela diluí o mundo, ela lava as almas, já enveredando pelo lado mais filosófico da coisa e ela fluí como um rio que passa e deixa o frescor por onde passa por suas gotículas evaporadas formando um ciclo que o homem não está tendo paciência de deixar a natureza concluir, pois o seu consumo e desperdício tem sido observado de forma indiscriminada.
Há tantos caminhos por onde podemos passar e vermos as funções e importância dessa substância de fórmula molecular: H2O...
Tão importante, tão abundante na crosta terrestre e ela nos preenche, pois nós, tal como o mundo precisamos de 75% de água para nosso metabolismo funcionar e vir a colocar a nossa engrenagem para funcionar.
Veja que interessante, nosso pobre país que ainda é tão subdesenvolvido possuí esse bem natural em abundância, veja as estatísticas apontadas por Boff, ainda em seu mesmo artigo:
“O Brasil é a potência natural das águas, com 13% de toda água doce do Planeta perfazendo 5,4 trilhões de metros cúbicos. Apesar da abundância, 46% dela é desperdiçada, o que daria para abastecer toda a França, a Bélgica, a Suíça e o Norte da Itália.” (Boff, 2014)
Pois bem, essa semana me chega também aos olhos o tal pedido de transposição do Rio Paraíba do Sul feita pelo governador de SP, Geraldo Alckmin, figura que, apesar de seu partido não ser o que mais sigo como ideologia partidária, guardo imensa admiração por sua postura, por sua trajetória política.
Pensei como leiga no momento, fazendo uma pequena analogia para conseguir entender a coisa:
Se um visinho não tem água e ele me pede um pouco, eu não vou negar, mas se ele me pede para desviar água que entra na minha caixa d´água sempre e me falta água e ele fica abastecido não acho justo.
Pensei assim, pois estamos com problemas de água na Baixada Fluminense. Os moradores, inclusive se manifestaram essa semana que passou, ou seja, é complicado.
Já há movimentos ambientalistas e de ONGs aqui do Rio de Janeiro explicando mais tecnicamente a impossibilidade, inviabilidade do processo.
O nosso governador, por quem não tenho menor admiração, e tenho algumas ressalvas quanto ao seu governo sérias, sobretudo na área em que atuo, a Educação, já foi taxativo em dizer que proibirá o que foi pedido por Alckmin. Cabral foi pulso firme ao dizer que não permitirá. Nesse caso, se for verdade, estou com ele, pois não conseguimos suprir nosso estado, como abastecer SP ou parte que está com problemas também?
Mediante toda essa polêmica e refletindo sobre o disperdício e vendo esse quadro, só me vem a cabeça nesse dia uma coisa, novamente pedindo licença e citando Boff, que finalizou seu artigo com chave de ouro afirmando que:
“Se houver cuidado, solidariedade e responsabilidade a Terra será generosa e garantirá água abundante para todos e de qualidade.”
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