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Adesão de universidades pagas comprova amadurecimento do Enem

26/10/2014 - 08:01h

O Enem é uma proposta vitoriosa e os números podem comprovar. No ano passado, mais de 7 milhões de jovens fizeram a prova. Esse ano, o percentual de inscritos cresceu 21,6% em relação ao ano de 2013, atingindo a marca de 8,7 milhões de participantes.

Ao olhar para o gráfico que mostra a evolução das inscrições, o que se se observa é que houve uma adesão expressiva nos últimos dois anos. A curva vinha crescendo e, em 2013, passou a subir de uma forma acentuada.

Acredito que esse crescimento demonstra que a sociedade brasileira acordou para o problema da educação. Isso se deve em grande parte aos programas federais criados na área.

O Brasil triplicou o número de vagas nas Universidades federais; ampliou a Lei de Cotas; manteve expressivo número de vagas no Prouni (Programa Universidade Para Todos); e o Fies (programa de financiamento estudantil) contabiliza mais de 1,6 de milhão de contratos assinados.

O crescimento do Enem demonstra que a sociedade brasileira acordou para o problema da educação Gilberto Alvarez, diretor do Cursinho da Poli, sobre causa do aumento de adesão ao exame


De outro lado, nascido em 1998 como ferramenta de avaliação do desempenho dos alunos do ensino médio,o Enem é hoje a principal forma de acesso dos estudantes ao ensino superior. Muitas instituições substituíram o tradicional Vestibular pelo exame e outras já o utilizam como parte do processo seletivo.

O Enem é adotado por 50 das 59 universidades federais. Neste ano, mais seis universidades federais ?" entre elas a Universidade de Brasília, a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Federal da Bahia ?" aderiram ao exame. Além destas, mais quatro universidades estaduais e 29 institutos federais usam o Enem como forma de seleção de estudantes.

O Enem é um sucesso. Prova do êxito dessa inovação é o recente anúncio de tradicionais instituições privadas de ensino de São Paulo de que adotaram o exame como processo seletivo. Entre estas estão a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap). A partir deste ano, elas usarão o Enem como forma de ingresso em parte das vagas.

O exame inovou e trouxe a transversalidade e a interdisciplinaridade às provas Gilberto Alvarez , diretor do Cursinho da Poli, sobre conteúdo diferenciado do Enem


Na Faap, a iniciativa será válida para 15 dos 19 cursos. Ao todo, são 305 vagas ?" de um total de 1.255 ?" destinadas aos candidatos que prestaram o Enem. Já na FGV, a Escola de Administração de Empresas vai seguir rumo semelhante e destinar parte das vagas ao Enem para os cursos de Administração (15 das 200 vagas) e Administração Pública (5 das 50).

Outras universidades particulares de São Paulo já haviam tomado a mesma decisão. Desde 1998, o Enem é usado na Universidade Metodista, em São Bernardo do Campo. Em 2009, houve a adesão da Anhembi Morumbi, na capital. As duas utilizam o exame que pode substituir o vestibular, se o estudante tiver tirado melhor nota.

Já na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e no Mackenzie o exame é usado no vestibular do meio do ano, pois no fim do ano as notas do Enem saem após a divulgação dos resultados de seus vestibulares.

Do ponto de vista do conteúdo, o Enem é uma revolução. O exame inovou e trouxe a transversalidade e a interdisciplinaridade às provas. Trata-se de um método para despertar no aluno a relação entre temas diversos, quebrando a visão fragmentada da realidade que as regras rígidas e estanques das disciplinas impunham aos alunos.

Por isso, não há como negar que o Enem amadureceu e consolidou-se.




Fonte: Uol


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