Ser Universitario
 

Mestrando da Univap realiza pesquisa sobre o uso de bandagens funcionais em jogadores de futebol

15/09/2014 - 09:12h

Diferencial da pesquisa é avaliar efeito de um novo tipo de aplicação de bandagem de tornozelo no momento em que o chute é realizado

Não há dúvidas de que o futebol é o esporte mais popular do mundo, contando atualmente com cerca de 200 mil atletas profissionais e cerca de 250 milhões de jogadores amadores. No entanto, embora as pessoas vejam maiores riscos nos esportes ‘conhecidos’ como radicais, o risco de lesão, principalmente no futebol profissional é grande.

A incidência de lesões motivadas pelo futebol é estimada em aproximadamente 10 a 15 lesões para cada mil horas de prática esportiva, sendo as lesões de membros inferiores as mais frequentes e dentre elas a entorse de tornozelo. A maioria dos jogadores encara as torções de tornozelo como um incômodo, mas o fato não deve ser banalizado, uma entorse mal tratada pode levar a prejuízos para o atleta.

Para a estabilização do tornozelo, são utilizados vários tipos de bandagens, podendo ser com ataduras, faixas elásticas e esparadrapo. A bandagem de esparadrapo já é consolidada na literatura científica, porém alguns atletas relatam desconforto em utilizá-las, devido a pouca mobilidade permitida por ela durante os movimentos.

E é justamente daí que parte o estudo do fisioterapeuta e aluno de mestrado em Bioengenharia da Univap, Bruno Prianti, sob orientação da Profª. Dra. Fernanda Pupio S. Lima que comenta que “os grandes diferenciais da pesquisa são a verificação dos efeitos da bandagem no momento exato em que se realiza o chute, além do modo como ela é aplicada”.

Bruno explica que a bandagem utiliza a fita da técnica que é conhecida mundialmente como Kinesio Taping (onde fitas com uma capacidade elástica são utilizadas para ativar ou inibir músculos). “A bandagem utilizada na pesquisa, utiliza essa fita e suas propriedades elásticas, porém aplicada de forma diferente e com outro intuito, o de posicionar melhor a articulação, dando maior estabilidade, mas sem limitar demais os movimentos, consequentemente sendo mais confortável para o atleta”.

A pesquisa envolverá 45 participantes, atletas profissionais de futebol, especificamente mulheres, já que os times femininos da região são de alto nível. Embora a pesquisa só deva ser concluída daqui a dois meses, Bruno diz que até o momento, foi observada uma diferença entre o grupo que utilizou a nova bandagem em relação ao grupo que não utilizou, e ao grupo que chutou com a bandagem de esparadrapo.

“Até agora, coletamos e analisamos os dados de 24 jogadoras, e o que está sendo evidenciado é uma melhora no equilíbrio e na atividade de alguns músculos estabilizadores do membro de apoio, o que está interferindo até mesmo na precisão dos gestos, sendo que os resultados significativos vêm do grupo que chutou com o novo tipo de aplicação da bandagem. Isso nos leva a crer que esse tipo de bandagem pode vir a ser uma nova ferramenta de prevenção a lesões na articulação do tornozelo”.

Para tal, Bruno utiliza para avaliação dentre outros recursos, equipamentos tecnológicos como a plataforma de força para mensuração do equilíbrio dinâmico e o eletromiógrafo para avaliar a atividade elétrica muscular.

“Acredito que a realização de uma pesquisa inovadora com atletas de alto nível da região, poderá trazer bons frutos. A bandagem além de tudo é uma ação preventiva para entorses de tornozelo, que são muito comuns em atletas. Por exemplo, na última Copa do Mundo, jogadores como o goleiro da seleção Italiana Gianluigi Buffon que ficou fora de duas partidas, e o meia alemão Marco Reus, que foi cortado e nem chegou a disputar a competição, sofreram com esse tipo de condição clínica”, conclui Bruno Prianti.


Fonte: Alameda Comunicação


Compartilhe e exponha sua opinião...

Mais notícias
Veja todas as noticias