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Reitor rejeita contraproposta e greve de servidores é mantida na Unicamp

13/08/2014 - 17:01h

Ato de funcionários e alunos em campus da Unicamp, em Campinas (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas)
Greve de funcionários completa 83 dias nesta
quarta-feira   (Foto: Fernando Pacífico / G1)

A reitoria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) rejeitou, nesta quarta-feira (13), a contraproposta feita pelos funcionários que estão em greve há 83 dias. Em nota, a instituição lamentou a decisão, mas disse que não é possível alterar o acordo inicial para abono de 21% sobre salários de julho. O comando de greve do sindicato decidiu manter a suspensão das atividades e informou que irá solicitar resposta do reitor José Tadeu Jorge para um pedido de novas negociações.

"Lamentamos informar que não há possibilidade de alterar, no momento, a proposta anteriormente encaminhada [...]. Assim que as atividades forem normalizadas, definiremos, em conjunto, o calendário de discussões sobre a pauta específica", informa o texto divulgado no portal da Unicamp e assinado pela reitoria.

Os funcionários decidiaram entrar em greve em 23 de maio, após decisão do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo (Cruesp) que congelou os salários. Sem avanços na negociação em relação ao reajuste salarial, que é debatido em conjunto entre as três universidades estaduais (USP, Unesp e Unicamp), o reitor propôs em 6 de agosto o abono de 21%  para tentar por fim à paralisação. O STU, sindicato que representa os funcionários, negou a oferta em assembleia dois dias depois e apresentou a contraproposta rejeitada nesta quarta.

A diretora do Sindicato dos Trabalhadores (STU) Margarida Barbosa disse que os integrantes do movimento ainda discutem as próximas ações da greve. Além disso, frisou que um ofício será enviado ao reitor da Unicamp, já que a nota da instituição não trata sobre nova reunião para negociações. Entre os itens reivindicados na contraproposta dos funcionários estão, além do abono de 21% nos salários, implantação do vale-refeição e isonomia entre a remuneração dos servidores e funcionários da USP e Unesp.

De acordo com a entidade, ao menos 70% dos 7,8 mil trabalhadores técnicos administrativos aderiram à greve. Se aprovado, o abono também seria válido para 2,3 mil aposentados.

Salários congelados
O Cruesp defendeu o congelamento dos salários para que a discussão da data-base dos profissionais seja prorrogada para setembro e outubro. Os reitores alegam o comprometimento do orçamento das universidades paulistas com as folhas de pagamentos: 104,2% na Universidade de São Paulo (USP), 96,5% na Unicamp e 94,4% na Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, havia indicado negativa para a contraproposta da categoria, nesta segunda-feira, durante anúncio do Vestibular 2015. Além disso, frisou que o reajuste salarial para funcionários deve ser decidido em conjunto com as outras duas universidades estaduais de São Paulo. "Evidentemente que um reajuste zero traz defasagem salarial para qualquer categoria, uma vez que a inflação não é zero. No entanto, os limites dos orçamentos das universidades precisam ser respeitados [...] Um reajuste diferenciado quebraria completamente o processo de isonomia entre as universidades."

A USP e a Unesp também estão em greve. No caso da USP, a paralisação dos Docentes e funcionários começou em 27 de maio e já é a mais longa dos últimos dez anos. Em 3 de setembro, está prevista uma reunião para mais uma rodada de negociações entre as representantes das universidades  e os sindicatos dos trabalhadores.

Reflexos
A assessoria de imprensa da Unicamp informou, em nota, que aguarda um posicionamento do STU sobre a rejeição da contraproposta. Além disso, defendeu que a adesão de funcionários ao movimento é inferior a 10% e as atividades funcionam em 90% das 24 unidades de ensino.

Ato de funcionários e alunos em campus da Unicamp, em Campinas (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas)
Paralisação de funcionários começou após reajuste zero nos salários  (Foto: Fernando Pacífico / G1)



Fonte: G1


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